"O médico que só sabe medicina nem medicina sabe", pelo que um Ginecologista Obstetra tenta abordar temas variados, por vezes aparentemente longe da medicina. É preciso tentar saber tudo para se saber alguma coisa.
A plataforma deve ser resistente mas leve. A tendência é querer usar grande secções de vigas madeira, mas estas são pesadas e desnecessárias.
Secções das vigas
Uma casa na árvore pode ser feita quase exclusivamente com tábuas de 4cm (efetivos) de espessura por diversas larguras e comprimentos. Se a espessura (4cm) não chegar pode sempre usar duas tábuas unidas.
Usando as tábuas verticais sobre a sua largura, a maior parte das forças mecânicas atuam sob essa dimensão, sendo então a mais importante de calcular ao fazer os planos.
Sempre que ler algo na internet referindo 2″x 5″ referindo-se a secções de madeira, lembre-se que são medidas nominais, sendo as efetivas inferiores. 2 polegadas são cerca de 5cm, e 5 polegadas cerca de 12,5cm, mas essa medida corresponde a 4×10 cm numa tábua.
Vãos a vencer sem suportes
Um vão será o comprimento máximo em que a viga não é suportada, sendo este um dos principais determinantes da largura da tábua. Quanto maior o vão mais peso a tábua vai suportar verticalmente pelo que a sua largura (disposta verticalmente) terá de ser maior.
Uma regra lida algures referia dividir o vão máximo, em pés (1 metro =3,28 pés) por dois e somar 2 para ter a secção vertical efetiva da tábua, em polegadas. Isto para secções de cerca de 4cm de largura (também real). Com esta regra, para um vão máximo de 2,5m (8,3 pés, arredondados para cima – 9) dava 6,5” (4,5+2) = cerca de 17cm de largura efetivos.
Claro que depois depende se vamos ter maior peso em cima, do tipo da madeira, qualidade (presença de nós), etc, pelo que vale a pena errar por excesso, mas é um bom ponto de partida.
Eu usei as seguintes secções:
Para as vigas da plataforma, tábuas de 24cm por 4cm
Para a viga principal, como suporte das anteriores, 22cm por 8cm
Para a plataforma secundária (mais pequena) 18cm por 4cm
União das vigas
Não é muito fácil arranjar em Portugal material para suportar vigas nas extremidades. Estes tem de suportar convenientemente o peso, ou podemos suportar a viga com outra por debaixo desta.
Pregos cruzados são recomendáveis e se bem colocados oferecem uma boa fixação, mas não são fáceis de pregar corretamente.
“Joelhos” a 45º são uma excelente opção para melhorar a resistência, especialmente das tábuas que suportam várias vigas
Deck
Depois da estrutura de suporte feita, toca a aparafusar o deck. Optei por usar um comprimento de 3m nas tábuas, o que permitiu usar as tábuas sem uniões na largura da plataforma. Isto aumenta a resistência, pois toda a estrutura vai funcionar como um todo.
Optei por soalho antiderrapante para deck de 3cm de espessura com 15 de largura.
Pinho = empeno, pelo que foi necessário arranjar estratégias para endireitar as tábuas do deck antes de furar e aparafusar. Como a madeira não estava bem seca, depois do tratamento em autoclave, convém deixar as tábuas bem unidas, pois com o tempo as juntas alargam, à medida que a madeira seca e contrai.
Furar sempre antes de aparafusar e usar parafusos próprios para deck. Devem ficar sempre ligeiramente “afundados” para não magoarem.
Os remates à volta da árvore devem ser feitos com folga para a árvore crescer.
E estão dados alguns conselhos que podem servir tanto para uma casa da árvore como para um deck nas traseiras da casa. os princípios são os mesmos.
Trocar uma lâmpada é fácil. Senso comum. Bem, nem todas se trocam com a mesma facilidade. Às vezes tem de se desmontar uma roda e o guarda lamas…
A avaria
O aviso aparece no painel de instrumentos. Lâmpada fundida. O módulo correspondente detetou uma diminuição da corrente de consumo e queixou-se, já que, se não consome, ou não está instalada ou não funciona.
Em oito anos, o carro não teve muitas lâmpadas fundidas (quatro de presença traseiras, para ser mais preciso, ou seja, todas, já que leva quatro), e, tendo em conta a dificuldade em trocar as da frente, no ano passado substituí-as todas. Todas menos duas lâmpadas, porque, bom, são mais difíceis de arranjar e relativamente caras. Risco controlado.
Esta manutenção preventiva teve frutos. Nomeadamente nos faróis de xénon, que vão diminuindo a intensidade luminosa ao longo da sua vida útil, gradualmente, e foi notória a diferença após a substituição. Como o carro não têm luzes de dia circulo com os médios, pelo que ao fim de 140.000 km já são muitas horas de uso e mereceram a reforma.
Então uma das lâmpadas que não troquei avariou. É a lâmpada que ilumina os aros nos faróis, que são os mínimos.
A substituição
Para a substituir, tem de se aceder à traseira do farol, neste carro (BMW série 3 E91) acessível desmontando a roda dianteira e a proteção da cava, que se desmonta retirando cerca de uma dezena de parafusos.
Para quem se aventura neste processo, devo reforçar a necessidade de usar suportes (preguiças) no eixo ou nos pontos de apoio do “macaco” do carro. Nunca trabalhe num carro suspenso num macaco hidráulico. O material falha, e é catastrófico quando o faz.
Depois é desmontar a traseira do invólucro da lâmpada, com uma chave torx, retirar os terminais e trocar a lâmpada, tendo cuidado de não sujar ou desmontar as lentes que estão à sua frente, que permitem a iluminação dos aros (meros difusores) no interior do farol.
Depois de encaixar corretamente o invólucro e apertar os parafusos torx, resta encaixar e aparafusar o painel da cava da roda e montar a respetiva.
Não esquecer de limpar eventual ferrugem existente na superfície de contacto com lixa ou escova de aço e apertar com o binário correto, confirmando com chave dinamométrica.
O que é o overclock? Todas as máquinas são desenhadas para ter uma determinada performance. E todas (as boas pelo menos) tentam garantir essa performance com uma margem de erro. Ou seja, o motor, caixa de velocidades e travões de um carro não deixam de cumprir a sua função quando é desenvolvida uma potência ligeiramente superior à especificada. Simplificando as variáveis envolvidas, falemos em tolerância dos componentes: uma peça é desenhada para que, em produção, a sua resistência ou performance supere, na esmagadora maioria das situações, as especificações da mesma. Aproveitemos isso a nosso favor!
O processador e a velocidade de relógio
Um processador é especificado para funcionar a uma determinada velocidade de relógio (ciclos por segundo – Hz) respeitando uma determinada potência (watt). Sendo todos eles produzidos uma grandes conjuntos de silício em formatos redondos (bolacha ou waffer) antes de serem separados, existe variabilidade na sua qualidade.
Assim, as empresas selecionam e gradam estes componentes (binning) de acordo com a sua qualidade para os dividirem em segmentos, cobrando mais pelos mais rápidos. Mas não os podem testar, a todos, dias a fio, pelo que contabilizam uma margem de segurança, garantindo o seu funcionamento dentro das especificações em praticamente todas as situações. É esta margem de segurança que um overclocker procura.
Overclock do processador/CPU
Fazer correr um processador/componente a uma velocidade de relógio superior à especificada pelo fabricante é overclock. De início os fabricantes de processadores não apoiavam e invalidavam garantias se fossem aplicadas técnicas desta natureza, porque era possível obter maior performance com menos dinheiro e isso poderia por em causa as vendas dos produtos mais rápidos (e mais caros). Como em tudo, a concorrência abriu este mercado, que cada vez é melhor aceite (e apoiado) pelos próprios fabricantes. Isto porque se eu não tiver a melhor performance desta empresa compro da outra…
Hoje já não é preciso usar jumpers ou fazer modificações nas pistas de uma motherboard (para aumentar voltagem) para tirar a melhor performance de um processador. Nem é preciso ser muito conhecedor dos meandros do hardware da máquina (se bem que não prejudica em nada). A AMD tem até uma ferramenta que permite fazer overclock a partir do ambiente de trabalho do Windows!
De uma forma geral, todos os processadores, com uma motherboard e fonte de alimentação razoáveis e refrigeração decente, permitem alguma margem para aumento de velocidade. Alguns são verdadeiramente fenomenais para este efeito, como foi o AMD Opteron 144, com 1,8GHz (cerca de 150€), que facilmente chegava a 3GHz, mais do que os 2,8GHz do topo de gama FX-57, que custava cerca de 1000€. Ou o dual core Pentium D 805, que por menos de 150€ podia chegar aos 4.1GHz em 2006 (note-se que esta arquitectura era bem inferior à AMD na época, pelo que a velocidade de relógio não é tudo). Qualquer apaixonado por hardware se lembra com saudade ainda dos Intel Sandy Bridge i5-2500k e i7-2600k em 2011, verdadeiros poços de performance, com uma arquitetura eficiente, rápida, e sendo possível elevar um processador de 3,3GHz para 4,5Ghz com pouco mais que um dissipador a ar decente.
MHz não é tudo
Quanto mais simples a arquitetura de um CPU mais fácil é aumentar a sua velocidade. Em cada ciclo é processada uma certa quantidade de tarefas, ou instruções. Quanto mais ciclos por segundo, comparando com o mesmo processador, temos uma relação mais ou menos direta com a performance (dobro da velocidade = dobro da performance). Mas temos que comparar alhos com alhos. O número de instruções por ciclo (IPC) pode variar muito entre arquiteturas de CPU, pelo que podemos ter uma velocidade inferior e performance melhor. Isto aconteceu na altura do Pentium Willamette/Northwood – Intel) vs Athlon 64 (AMD) em que as velocidades conseguidas eram superiores na Intel, mas, ciclo por ciclo, a AMD era bem mais eficiente, e, por isso, melhor opção. Depois os papeis inverteram-se com a arquitetura core 2 (Intel) que durante anos dominou o mercado, estagnado. Agora a AMD voltou à carga com a arquitetura Zen, e o consumidor já ganhou.
Como se faz overclock?
Um de dois processos são habitualmente usados, ou uma combinação dos dois. De uma forma simples, o processador funciona num barramento (BUS) com uma determinada velocidade, sendo a sua velocidade resultado de um multiplicador desse barramento. Com um Bus de 100Mhz e um multiplicador de 20 temos 2000Mhz. Então podemos aumentar o Bus ou o multiplicador. 125Mhz x 20= 2500Mhz ou 100Mhz x 25= 2500Mhz ou ainda 109MHz x 23 = 2507MHz.
Alguns processadores não permitem alterar o multiplicador, pelo que apenas a primeira opção é válida, e hoje, tendo em conta a complexidade dos sistemas, é complicado aumentar a velocidade do BUS, algo que pode causar instabilidade ao afetar todo o PC e não só o processador. O ideal é ter os multiplicadores desbloqueados, como as séries k da Intel ou todos os Ryzen da AMD, por exemplo. Isto torna o overclock realmente fácil.
O que é preciso?
Uma fonte razoável (veja aqui como escolher), uma motherboard que permita overclock (nem todas as gamas o permitem), um processador desbloqueado e com bom potencial de overclock (qualquer teste online destes refere este ponto). Se quiser, umas boas memórias que permitam também overclock elas mesmas ajudam a aumentar a performance do sistema.
Depois, tendo em conta que o processador vai aquecer mais (é garantido!) precisa de um sistema de refrigeração melhorado para permitir lidar com esse excesso de temperatura. O melhor é começar por uma boa caixa, com bom fluxo de ar, cabos bem arrumados, ventoinhas grandes (menos barulho e maior performance) a introduzir ar fresco e retirar ar quente da caixa (habitualmente da frente para trás e de baixo para cima) e um bom dissipador para o CPU. A ar, habitualmente, e quanto maior melhor. A água (mesmo soluções all in one) é um furo acima mas exige um pouquinho mais preparação, enquanto uma solução customizada a água é para quem tem muita experiência. Depois é procurar um dissipador com bons testes que se adeque à bolsa. Não esquecer o ruído!
Como fazer?
Nada como um guia específico para a combinação motherboard/processador (ou plataforma/processador) que possui.
No melhor caso, para um overclock salutar, mas não no limite, depois de juntar o hardware adequado precisa dos seguintes passos:
Testar o hardware de fábrica com um programa que leve os componentes ao seu limite e ver se:
as temperaturas são aceitáveis
a máquina se mantêm estável ao final de várias horas (idealmente muitas) de tortura.
Sou tendencioso para o prime95, modo teste, porque o uso há muitos anos. Na minha experiência, se passa 12h disto passa tudo (falo do processador). O OCCT também é boa opção.
Depois de estabelecer um sistema estável, aumentar o multiplicador e voltagem do processador na Bios da motherboard (dependente do modelo de processador) e voltar a testar o sistema.
Testar novamente
Quando os programas de teste não dão erros e o sistema se mantêm ligado (sem o ecrã azul da morte – BSOD) pode dar-se por satisfeito ou, como no meu caso, aumentar mais ainda.
O resultado
Espero que esta pequena introdução tenha aguçado o apetite e que possa agora ler mais sobre o assunto. O resultado principal é a satisfação pessoal de ter uma máquina por x que vale x+y, e, no meu caso, folgo em saber que tenho habitualmente um processador de gama média com performance bem superior aos topos de gama do mercado.
A impressão 3d tem dado que falar. Desde órgãos para humanos que possam vir a ser imprimidos à medida até armas de fogo indetetáveis por raio X, as manchetes dos media vão anunciando todo um mar de possibilidades para uma impressora 3d.
O preço das impressoras 3d tem descido rapidamente e alguns modelos de qualidade razoável adquirem-se por menos de 500€.
Como uma impressora 3d imprime quase tudo o que se possa imaginar, também imprime outras impressoras 3d. É este o mote por detrás do conceito de impressão 3d RepRap. A “primeira máquina fabricadora auto replicadora da humanidade” imprime as suas próprias peças, pois quase tudo o que não sejam ferragens e eletrónica é imprimível. Este tipo de desenhos está livremente acessível para todos pelos seus criadores, pelo que qualquer um pode localizar os componentes e montar em sua casa uma impressora, comprando as peças imprimidas e, depois, fazer outra impressora (ou outro conjunto de peças) com a primeira.
Fazer protótipos, maquetes, modelos, brinquedos, peças, instrumentos, ferramentas… A imaginação é o limite.
Para produzir algo verdadeiramente novo é necessário produzir um modelo tridimensional em software específico, mas a quantidade de modelos imprimíveis disponível gratuitamente na Internet é avassalador (ver aqui).
Um dos modelos mais usados de RepRap é a Prusa i3 (3ª iteração da impressora). Existem dezenas de variações deste modelo, já que qualquer um pode modificar e disponibilizar as suas alterações (o projeto das mesmas). O seu inventor (Josef Prüsa) abriu um negócio e vende a sua criação, para além de disponibilizar os seus desenhos gratuitamente. A prusa i3 mk2 (agora mk2s) é o último desenvolvimento da empresa que comercializa a i3 “original” e tem recebido notas em testes muito positivas.
Com base nisto resolvi adquirir uma impressora. Em kit, claro está. A ideia é: Se não existe, faz-se.
O kit em si vinha com instruções e embalagem dignas de Lego. É realmente só seguir as instruções atentamente para se ter uma montagem razoável. Como a impressora corrigirá pequenos erros com calibração automática, razoável serve.
Até as ferramentas necessárias estavam incluídas.
Dito isto, a parte mais difícil é conseguir uma base (eixo Y) perfeitamente retangular e, posteriormente, perpendicular à estrutura de alumínio (eixo Z). É fácil de perceber que a impressora é tão perfeita quanto este alinhamento, mas esta permite até alguns desvios de alinhamento com compensação de software.
Duas horas depois (foi realmente a parte pior) fiquei satisfeito com a geometria (não precisei da correção por software, posteriormente).
A acrescentar às dicas do manual, tenho a acrescentar:
Medir as diagonais.
Como qualquer retângulo ou quadrado tem as diagonais iguais, quaisquer diferenças implica uma alteração da geometria (ângulos diferentes de 90º)
Medir a estrutura
Dado que a estrutura tem varões de 8mm duplos, é necessário que estes estejam à mesma distância das peças plásticas dos cantos.
Depois é tentativa e erro. Assim que as diagonais estiverem iguais está perfeito.
De um modo geral, a construção foi fácil e muito gratificante. Depois de ligada, a calibração decorreu sem nenhum percalço, e a primeira impressão foi ótima. E a segunda, e a terceira…
Infelizmente algumas das peças tinham um problema de fabrico e começaram a estalar. Cola atrasou o problema, a fábrica assumiu o problema e enviou novas peças. Ainda melhor é que, entretanto, pude imprimir outras peças na minha própria impressora. A analogia é uma máquina velhinha que faz uma nova versão de si antes de deixar de funcionar :).
Como tive de desmontar a máquina, aproveitei para fazer upgrades. Tirei algumas ideias de outros utilizadores da impressora que foram criando pequenas alterações para melhorar a mesma.
Rolamentos de polímero (mais silenciosos).
Nova estrutura com reforços entre o eixo Y e Z, que ficou por uma dúzia de €. Basicamente são uns varões roscados (em aço inox) e porcas adicionais, com duas peças imprimíveis. Quem compra isto também pode comprar mais um varão roscado de 10mm e faz-se um eixo Y completamente novo (o antigo há-de dar para outra impressora low cost).
Um suporte de rolos de filamento universal, mais silencioso e muito mais prático. Tem a vantagem ainda de colocar os rolos mais baixos, o que pode ser importante se quiser colocar a impressora num armário (como eu fiz). Leva apenas rolamentos de patins/skate adicionalmente à impressão em ABS.
Um armário ventilado para a colocar, com insonorização com cortiça. A peça que segura um filtro de exaustão (carvão ativado) foi a primeira peça que desenhei em 3d. Usei o Tinkercad. Um armário Ikea, uma ventoinha de 12cm 12v e um transformador, cortiça 5mm autocolante completam a lista de materiais.
Imprimir ferramenta?
Fazer um brinquedo novo?
Uma escultura?
Depois de apreender a usar esta impressora, fica a sensação de que o limite é mesmo a imaginação. Tendo em conta a simplicidade da mesma, é possível (nada de extraordinário até) construir uma a partir de peças compradas aqui e ali. Não seria a minha recomendação para uma primeira abordagem, mas é perfeitamente possível.
A fonte de alimentação, PSU – Power Supply Unit, é, provavelmente, o último componente com que se preocupa ao adquirir um computador. É possível que nem saiba do que se trata e utilize um PC há décadas. Mas a importância daquela é crítica, já que em si assenta a estabilidade (e durabilidade) do sistema.
O que é a fonte de alimentação
Um computador de secretária (desktop) é constituído por múltiplos componentes que se podem adquirir individualmente. A fonte de alimentação é o componente que providencia energia estável para todos os componentes do PC, excetuando o monitor.
Quando se compra um computador de secretária pré montado há um sítio para ligar o cabo de alimentação. Esse é o componente de que falamos. Claro que também existe num computador portátil, é o “transformador” que ligamos à corrente.
A corrente da tomada é alterna (AC) com tensão de 230v, enquanto a usada pelos componentes é contínua (DC), com tensão a 3.3v, 5v e 12v. 12v é a voltagem mais usada pelos componentes. No caso da fonte de alimentação dos portáteis e de alguns monitores, esta transforma os 230vAC em, por exemplo, 19v, que depois são usados pelo pc e transformados consoante o necessário.
Uma boa fonte de alimentação
As melhores fontes de alimentação custam pouco menos do que um PC barato. No entanto, entre os 50 e 100€ existem excelentes opções com toda a qualidade que se pode desejar. Acima disto só para utilizadores muito exigentes ou com PC’s com elevados requisitos energéticos, com overclock (aceleração dos componentes, sobretudo processador, em relação à sua velocidade normal) e/ou duas ou mais placas gráficas potentes.
Se repararmos que algumas “caixas” de computador com fonte incluída estão à venda por 40-50€, e até são “bonitinhas” e têm fontes com “500w”… bem, se acreditar no Pai Natal…
Muitos dos problemas de instabilidade vêm deste componente. Por isso é que recomendo uma boa caixa, uma boa fonte e, depois, apenas o que for necessário. Quer isto dizer que a motherboard, memória, processador, e eventual placa gráfica devem ser tão bons quanto a utilização o exigir, mas a caixa e fonte podem ultrapassar largamente a vida média destes componentes ao poderem ser conservados em futuros upgrades.
No meu caso, que mantenho o meu PC atualizado, entre cerca de 7 motherboards (placa mãe), 8 processadores, 4 kits de memórias entre 3 gerações (DDR, DDR2, DDR3) e 6 ou 7 placas gráficas, usei apenas 2 fontes e duas caixas ao longo de mais de 12 anos da “máquina”. E estes upgrades foi por pretender algo melhor e não por avaria. Todos os outros componentes foram igualmente reaproveitados ou vendidos enquanto tiveram vida útil e não avariaram.
A avaria
E aqui começa a história de hoje: A minha excelente fonte de alimentação de 720w ficou incapaz de dar conta do sistema, causando instabilidade e perdas de tensão repentinas que levavam a um desligar sem aviso da máquina, a par de encerramentos pela motherboard com o intuito de proteger o sistema de picos de voltagem. Isto acontecia em situações de maior carga sobre o sistema.
A sua potência, real, foi deliberadamente sobredimensionada. O comum utilizador não precisa de 720w e, mesmo para mim, é claramente mais do que o necessário. A marca é excelente e a qualidade bem acima da média, pelo que esta foi uma situação inesperada, e, inicialmente, pensei que pudesse ser outro problema, nomeadamente a recém adquirida placa gráfica. Mas como a fonte já tinha vários anos e a durabilidade dos componentes eletrónicos é resultado da relação qualidade/tempo/temperatura, tive de considerar essa hipótese.
O diagnóstico foi fácil. Troquei a fonte por uma mais antiga (curiosamente, a primeira fonte que esteve no computador!) e tudo funcionou na perfeição.
A fonte avariada tinha cerca de 8 anos de abusos elétricos por parte de um sistema de elevada performance, com overclock, que esteve muitas horas ligado em cada dia. Ou seja, não dou por mal entregue o dinheiro que me custou. Ainda assim, não desisti dela e tenciono tentar uma reparação, já que tinha alguns condensadores “dilatados”. A substituição deste tipo de componentes já me permitiu salvar um amplificador e um monitor TFT, pelo que estou esperançado que aconteça o mesmo aqui.
O tamanho importa
O tamanho mais frequente em fontes de alimentação é o ATX. As caixas ATX e de dimensões superiores permitem sempre este tipo de fonte. No entanto existem outros desenhos de caixas. Considerando modas, neste momento são frequentes os pequenos PC’s, em caixas compatíveis com motherboards mini-ATX, micro-ATX e mini-ITX. Estas requerem fontes compatíveis, mais difíceis de arranjar e de escolher. Algumas necessitam de transformador externo e têm associada uma pequena placa de transformação dentro da caixa.
Trocar a fonte de alimentação
Trocar uma fonte de alimentação é mais fácil do que montar Legos. Os legos encaixam sempre uns nos outros, as tomadas/ligações da fonte só encaixam onde devem ficar.
De uma forma geral, todos os PC modernos têm as mesmas ligações. A saber:
Motherboard
A Motherboard tem habitualmente dois locais para ligação da fonte.
Conector ATX 24 pinos
Esta ligação providencia toda a gama de voltagens utilizada pelo sistema. Costuma estar localizada na periferia da motherboard, mais frequentemente do lado direito do processador. Fontes e motherboards ATX muito antigas poderão ter ainda conector de 20 pinos.
Conector suplementar 12V
Com os requisitos adicionais de energia por parte do processador e rails PCI express (PCIe) foi necessário implementar entrega de 12v suplementar. Este conector tem dois formatos mas as fontes costumam ter forma de adaptar para cada um deles. Habitualmente está perto do socket do CPU (processador).
Placa gráfica
As placas gráficas mais potentes usam mais energia do que a extraível da sua ligação à motherboard. têm por isso habitualmente uma ou duas ligações suplementares de energia PCIe (12v) e podem até recusar-se a arrancar sem esta devidamente ligada.
Leitores e gravadores de CD /DVD/Blu-ray
As unidades mais antigas usam conectores de 4 pinos (vulgo “molex”, se bem que esta é uma marca e não um tipo de conector). Atualmente todas usam conectores de energia SATA. Costumam estar localizados na parte traseira.
Discos duros e SSD’s
A maior parte dos discos duros, mecânicos e Solid State (SSD) tem conectores SATA. Unidades muito antigas poderão ter fichas de 4 pinos.
Ventoinhas e outros periféricos
Quando estes itens não estão ligados à motherboard (vantagens a nível do controlo de velociade – e ruído) ou quando o controlador é externo à motherboard, as ligações típicas são fichas de 4 pinos.
Opções na fonte de alimentação
Cabos – modular ou não
A impressora pode ter todos os cabos integrados (conectores de um lado, fios até dentro da caixa da fonte) ou ser modular (conectores de ambos os lados nos cabos, conectores na caixa da fonte). As vantagens (únicas) das fontes modulares são a menor confusão de cabos (usa-se o que for preciso apenas) e a estética/refrigeração, já que usar menos cabos permite afastá-los do fluxo de ar para refrigeração da máquina e escondê-los melhor melhora a estética do interior. Sim a estética conta, especialmente se tiverem uma janela para o interior do PC!
Fontes modulares são tipicamente mais caras e mais sujeitas a avaria, pois há mais componentes para falhar. Dentro da mesma marca, habitualmente compensa mais (pelo mesmo preço) comprar uma variante não modular. Boas fontes modulares são tipicamente muito caras.
Potência
Para um PC que não tenha um placa gráfica de última geração, 500w é mais do que suficiente. 400w servem perfeitamente para um CPU potente de última geração com gráfica integrada. Mas atenção – watts reais. Não potências de pico, tipicamente apregoadas em fontes de baixa qualidade. Estamos a falar de entrega de energia constante ao logo do tempo, com esse valor máximo, sem oscilações de tensão.
Marca
Existem imensas marcas a produzir fontes de qualidade. E a qualidade não é igual em todas as fontes da mesma marca. É difícil referir “as” marcas boas, porque é sempre uma opinião enviesada. No meu caso seriam as marcas que tive e gostei, ou quis ter. Interessa olhar para as garantias, que são também uma segurança da confiança da marca nos seu produto.
Eficiência
Todas as fontes de alimentação têm perdas de energia na transformação da corrente elétrica.
Uma boa fonte tem certificação 80 Plus: eficiência superior a 80% a 20%, 50% e 100% da capacidade (potência) anunciada. Isto significa que a eficiência é (quase sempre), no mínimo, 80%. 80 Plus Bronze, Silver, Gold, Platinum, Titanium são classificações superiores.
Uma fonte com certificação 80 Plus Titanium, por exemplo, terá uma eficiência típica superior a 94%. Fontes com elevada eficiência perdem menos energia (gastam menos), aquecem menos (duram mais) e precisam de menos refrigeração (são mais silenciosas).
Comprar uma fonte com certificação elevada é maior garantia de qualidade global, mas é mais caro.
Ruído
Há fontes completamente passivas, ou seja, sem refrigeração ativa (ventoinhas). As que conhece melhor são os transformadores de portáteis, mas também existem para PC e não fazem ruído nenhum. Uma fonte passiva de qualidade precisa de componentes excecionalmente resistentes a temperaturas altas, pelo que costuma ser material muito caro.
Fontes com ventoinhas maiores (12cm ou mesmo 14cm) são mais silenciosas do que as congéneres com ventoinhas mais pequenas.
Algumas fontes regulam excecionalmente bem a velocidade da ventoinha, que pode inclusive desligar em baixos consumos.
De uma forma geral, uma fonte de gama média/alta é silenciosa e um dos componentes standard mais silenciosos do PC.
Montagem
Desligar a corrente e esperar uns segundos para a descarga completa do circuito! (as luzes da motherboard apagam-se)
Depois de desligar todos os cabos e retirar a fonte antiga, desaparafusando os parafusos habitualmente presos na parte traseira é só trocar pela ordem inversa. Os cabos não encaixam onde não pertencem e, desde que não sejam forçados, não vão fazer estragos.
Este artigo abrange todos os aspetos de segurança e material de proteção relacionados com os passatempos/hobbies. Todos derivam dos necessários para os profissionais. O problema é que os profissionais tiveram treino específico, por vezes regulamentado e obrigatório. Aqui ficam algumas dicas sobre como trabalhar melhor, sem surpresas infelizes.
Este artigo não pretende substituir formação específica ou ser exaustivo, apenas alertar para os pormenores mais básicos dos aspetos relacionados com material de proteção e segurança, sobretudo no âmbito do que conheço melhor e já usei.
Só temos um corpo, temos de o preservar.
O vestuário para trabalhar
Como mínimo, a roupa deve cobrir todo o corpo. Isto é válido para a maioria das artes. Manga comprida, mesmo no calor, protege contra salpicos de produtos químicos, projéteis a baixas velocidades (rebarbas de metal, fragmentos de pedra), sol (não menosprezar) e diminui lesões relacionadas com farpas de madeira, arranhões, etc.
Pessoalmente gosto de usar calças de trabalho, porque são mais largas, confortáveis e resistentes que calças normais, por um preço por vezes bem mais barato (25-35€ por boas calças). Têm ainda muitos bolsos e, normalmente, locais para colocar joelheiras.
Uma camisola de manga comprida e, eventualmente, um colete com mais uns bolsos completam a indumentária.
O calçado de segurança
Botas de trabalho são mais baratas do que ténis, duram mais e não são comparáveis em termos de proteção contra dissabores. Qualquer calçado de trabalho será melhor do que o que tiver lá por casa, mas, como características a procurar, tem:
Sola resistente a óleos; eventualmente resistente a altas temperaturas
Sola com proteção, pelo menos básica, contra perfurantes (pregos)
Preferencialmente de “cano” alto
Confortáveis e adequado à estação (alguns são específicos de verão ou inverno).
Com biqueira de aço ou plástico duro, para proteger os dedos dos pés.
Calçado deste tipo começa nos 20€. Experimentar, valorizar o conforto e pensar bem no que se pretende. Existem galochas e sapatilhas com estas características, tudo depende dos trabalhos a realizar e do conforto pretendido. Um engenheiro ou fiscal pretende algo com que possa deslocar-se entre locais sem ter de trocar de calçado. Um trolha pretende funcionalidade e polivalência (conforto, impermeabilidade, resistência). Um eletricista poderá abdicar de alguns destes aspetos (não todos!) e um pedreiro poderá beneficiar de mais alguns (nomeadamente maior resistência a impactos).
Acessórios de proteção individual
Óculos de segurança
Uso sempre proteção ocular. Mesmo no meu trabalho diário esta é importante contra, por exemplo, salpicos de sangue durante um parto ou cirurgia.
Há vários tipos de óculos de proteção, seja ela genérica ou específica. Não me vou debruçar sobre proteção específica para, por exemplo, soldadura.
Os óculos de proteção são habitualmente produzidos num material chamado policarbonato. É um material plástico muito resistente contra impactos, e com característica óticas muito boas. É o mesmo material que compõe muitas das lentes dos óculos de sol normais.
As diferenças entre marcas situam-se, sobretudo, na durabilidade, conforto e revestimentos (por exemplo anti-riscos e anti-embaciamento). Sendo um plástico, é realmente sujeito a riscos, pelo que se deve ter cuidado na sua limpeza (água e sabão, sempre).
Para não embaciarem, os revestimentos ajudam, mas nada como os manter limpos! Óculos perfeitamente desengordurados não embaciam tanto.
Uso dois tipos de óculos:
Os “normais” ou abertos para trabalhos genéricos (e maioria das situações). Estes são mais frescos, não incomodam e providenciam boa proteção.
Os fechados são importantes para trabalhos com grande quantidade de material projetado (rebarbar aço, cortar pedra, aplainar madeira, lixar). São mais difíceis de usar oferecem melhor proteção.
Em relação à cor das lentes, esta é habitualmente transparente (mais usual), escura (trabalhos ao sol) ou amarela (melhor contraste em situações de pouca luminosidade).
Máscara
Desde uma simples máscara para poeiras, descartável, até uma máscara para vapores com filtros substituíveis, há uma panóplia de opções nestes produtos.
Gosto das máscaras simples, descartáveis com válvula, já que o seu uso é esporádico. Para construir a casa da árvore, adquiri uma com melhor proteção, já que a madeira tratada em autoclave requer cuidados com as poeiras.
Capacete
Um capacete plástico básico é requisito num local de construção, para todos. Não o usar é… arriscar. Que o digam todos os que, como deu, já deram umas cabeçadas desnecessárias…
No entanto, um chapéu com proteção dura pode ser um ótimo substituto, e até mais confortável. Dão também proteção para o sol. Adquiri um desde o último encontro imediato com um viga.
Luvas
Devo começar por lembrar que as luvas se devem ajustar convenientemente ao tamanho da mão. Como cirurgião, posso atestar que os meios tamanhos fazem toda a diferença na destreza dos gestos. Habitualmente não se encontra este pormenor em material de proteção para bricolage, mas desconfie de luvas com tamanhos “pequeno” e “grande” apenas, ou luvas com tamanho “7-9”. Ou é 7, ou 8, ou 9…
Para trabalhos pesados, com material com possa magoar as mãos, nada como umas boas luvas de cabedal.
Para trabalhos com óleos e outros químicos não perigosos, luvas cirúrgicas de vinil descartáveis não esterilizadas vendem-se em pacotes de 100 e são ótimas. O látex pode deteriorar-se mais rapidamente em contacto com hidrocarbonetos (óleo do carro, por exemplo) pelo que vinil será melhor opção.
Como luva polivalente, gosto de um bom par de luvas de nitrilo. São em tecido elástico, com revestimento flexível aborrachado, fino, com boa aderência e suave. Dão proteção razoável e ótima destreza, quando o tamanho é adequado.
Trabalhos em altura
Tenho que avisar que, o melhor… é não os fazer. Não é à toa que indivíduos são especializados neste tipo de trabalhos. É claro que subir um escadote ou caminhar num andaime é já um trabalho em altura, e não deve ser menosprezado.
Se vai subir a uma escada tenha uma boa escada. Eu sei que parece filosofia barata, e me estou a repetir com a questão da qualidade, mas uma escada ou escadote tem de ser estáveis e estar em bom estado.
A trabalhar numa árvore ou telhado, como mínimo, um arnês (do tipo de escalada, por exemplo) com uma boa corda pode salvar-lhe a vida em caso de azar. Não esquecer que fazemos a nossa sorte!
Conclusão
Para além de uma ótima dose de bom senso e observação de boas práticas de segurança adequadas ao trabalho em questão, estes são os itens que devem estar a par do conjunto de ferramentas. Boas ferramentas e trabalhos fáceis são perigosos à mesma. O ideal é nunca facilitar. Nunca sabe se terá uma segunda.